quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Emissões Otoacústicas - Teste da Orelhinha

Os primeiros relatos descritos na literatura sobre a observação das emissões otoacústicas foi em 1978 por David Kemp, o qual definiu como sendo a "liberação de energia sonora originada na cóclea, que se propaga pela orelha média até alcançar o conduto auditivo externo".

 
 Sendo assim as emissões otoacústicas são geradas pelas células ciliadas externas necessitando de integridade da orelha média e externa, já que qualquer tipo de alteração na transmissão do estímulo acústico pode acarretar na diminuição ou na ausência de respostas durante o exame.
 
Para esse exame utiliza-se um equipamento chamado otoemissor com uma sonda que é colocada no conduto auditivo externo. O estímulo acústico utilizado neste teste é o click (no caso do uso das emissões otoacústicas do tipo transiente/ transitória). Esse estímulo acústico excita a cóclea por um todo e quando há integridade das células ciliadas externas, a movimentação das mesmas produzida pela onda sonora, é captada pela sonda, filtrada e amplificadas pelo equipamento.
 
A EOA é um exame não invasivo, rápido e de baixo custo sendo a maioria dos equipamentos portáteis. Assim a realização do exame de EOA se torna uma forma prática de ser realizado em qualquer lugar, desde que o ambiente seja silencioso, por isso é o instrumento de triagem auditiva neonatal utilizado internacionalmente.
 
Quando o teste de EOA apresenta resultado satisfatório, indica a integridade do funcionamento coclear, ou seja, limiar de audibilidade de até 25/30 dB. Quando o resultado não é satisfatório, indica-se a avaliação da orelha média, pois alterações na orelha média, na maioria dos casos levam à ausência de resposta nas EOA. Assim sugere-se a realização da imitânciometria como exame complementar às EOA a fim de confirmação de resultados e possíveis tratamentos.
 
 
O uso das emissões otoacústicas transientes é um método bastante interessante para a avaliação auditiva infantil, pois é rápido e indolor além de ser realizado sem a necessidade de participação de quem está sendo testado, ou seja, apenas necessita de que a criança esteja tranquila, sem mexer-se e sem chorar, em ambiente silencioso, para que não haja interferência na captação de respostas.
 
 
A maioria dos equipamentos tem um microfone onde é feita a verificação do ruído ambiental para a realização do teste. Se a quantidade de ruído ambiental for maior que o estímulo acústico emitido pelo equipamento, o teste não é realizado, por isso a necessidade de ambiente acusticamente favorável. As emissões otoacústicas são utilizadas clinicamente na área da audiologia como uma forma de identificação da perda auditiva precocemente em crianças, bebês e populações difíceis de serem testadas como no caso de síndromes diversas, ou alterações neurológicas e/ou comportamentais.
 
 
Atualmente as emissões otoacústicas tem sua aplicação clínica na triagem auditiva neonatal regulamentada pela Lei Federal no. 12.303 de 02 de agosto de 2010 conhecida popularmente como "Teste da orelhinha". É utilizada como triagem, pois seu resultado apenas separa os indivíduos com audição normal daqueles que apresentam algum tipo de alteração auditiva. Assim não informa o tipo e nem o grau da perda necessitando de exames complementares para diagnóstico da deficiência auditiva.
 
 
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